
CENTRO DE MEMÓRIA DO IQ-USP - inclusão no espaço dos Fundadores e Pioneiros - http://memoria.iq.usp.br/
PROF. DR TIBOR RABOCKAI
Renato Cecchini e eu éramos, praticamente, vizinhos na parte superior do bloco 3. Com a porta do escritório constantemente aberta, eu o via sempre preparando aula ou estudando físico-química, até aos 90 anos e além. Mais do que isso, eu ouvia sua voz poderosa, quando conversava com alunos ou colegas. A proximidade nos levou a almoçar juntos algumas vezes e, durante o dia, a tomar cafezinho na copa. Ora ele me convidava, ora eu o chamava. As idas ao cafezinho eram produtivas. Trocávamos ideias sobre a termodinâmica, eletroquímica, físico-química de interfases, como explicar aos alunos aspectos mais complexos da matéria e sobre as transformações nem sempre positivas pelas quais o alunato passou no decorrer de nossos mais de cinquenta anos de docência. Outras vezes o assunto era a administração do instituto, os planos do IQ para o futuro ou a carência de planos, a ciência acadêmica com sua falta de vínculo com os interesses da sociedade e assuntos similares. Às vezes o papo enveredava pela história, vista por dois imigrantes, que no Brasil encontraram as oportunidades inexistentes em suas terras de origem. Dois brasileiros naturalizados, agradecidos. Num desses cafezinhos, Cecchini fez-me um dos três elogios que jocosamente, eu chamo de principais da minha vida. Disse-me, com sua sinceridade característica, a voz alta: “Tibor, agora que a gente tem tomado café e almoçado junto, cheguei à conclusão que você não é tão ruim quanto eu pensava.” Embora um conservador no que se refere aos costumes, educação e política, Cecchini, como todo ser humano inteligente, era sensível às questões sociais e às ações políticas. Assim aceitou facilmente minha argumentação a favor das cotas raciais e sociais. Também concordávamos em que era estupidez da parte de alguns membros do corpo docente a hostilidade em relação ao sindicato, ADUSP, e os movimentos dos funcionários, inclusive a greve, que no final das contas visavam a defesa da universidade pública e gratuita, a defesa da ciência e os direitos da sociedade. Ou seja, os interesses de professores, alunos e funcionários eram comuns a todos (com pleonasmo, mesmo!). Cecchini amava o instituto e se alegrava com o sucesso de seus colegas. Chegou a pendurar nas paredes de seu escritório fotografias de colegas sendo homenageados por alguma instância externa. Cioso dos deveres, justo e radicalmente honesto, ele ficava triste quando descobria ato desonesto de algum aluno e não se furtava de expressar esse sentimento, claramente, altíssono, nem que fosse na classe ou no laboratório. Leal colega e amigo, Renato Cecchini ficou abaladíssimo, quando o Departamento de Química Fundamental me recusou renovar meu status de Professor Colaborador Sênior. Durante dias passava na minha sala, abanando a cabeça, pra me dizer que não entendia o que foi que aconteceu. Apesar de lhe assegurar que eu pagava de bom grado o custo de ter sido um docente que exigia dos alunos atitudes maduras, rigor científico, responsabilidade e de ter apoiado os funcionários em suas reivindicações, além de ser representante do instituto junto à ADUSP – os fatos, não as alegações é que importavam. Assim mesmo, Cecchini, em solidariedade, recusou-se a participar de uma planejada homenagem do departamento aos seus 90 anos, dizendo que “não quero a homenagem, e se fizerem, eu não irei!” Um gesto de amizade e lealdade, que somente uma grande alma poderia protagonizar. E pelo que sou lhe muito grato. Renato Giovanni Cecchini concentrava e conservava em si tudo que havia de bom na velha Glete. (Na foto, Cecchini nos velhos tempos):
Prof. DR. JOSE MANUEL RIVEROS NIGRA
Inesquecível Renato,
As manifestações de colegas do IQ o quanto o Renato era querido, admirado e respeitado no âmbito do IQ e da USP. O seu estilo era simples, de convívio fácil com amigos, amável e sem nunca demonstrar mágoas. O seu interesse e preocupação pelo aprendizado dos alunos era sua marca principal. Era um grande admirador do livro de Físico-Química de G. W. Castellan, certamente um livro texto cuja compreensão não era sempre muito fácil para os nossos alunos pela profundidade e abrangência deste livro, especialmente no que se refere a físico-química macroscópica. Mas, estudava outros livros textos de físico-química com rigor crítico e capaz de destacar os pontos positivos e os negativos de cada um destes livros textos.
Como muitos já destacaram, as suas aulas eram um modelo de organização e poucas vezes vi um quadro negro tão bem detalhado e bem documentado como aquele que o Renato preparava para as suas aulas. Lembro mais de uma vez, no início dos anos 70, muitos de nós ficávamos apreensivos de ter que apagar o quadro negro após uma das aulas do Renato. Virou famoso pela consistência e insistência em usar os símbolos adequados para as diversas grandezas físicas e termodinâmicas, especialmente no uso do símbolo d, ¨com ou sem perninha”. Era também muito cuidadoso em caracterizar as grandezas com as suas devidas unidades. Já no fim da década de 70 se dedicou quase que exclusivamente ao ensino da Físico Química Experimental. Lembro bem a sua preocupação em avaliar os resultados das experiencias usando gráficos apropriados para o tratamento dos dados e com ênfase na análise de erros. Com o advento de programas de computação ficava, comentava frequentemente se o aluno realmente entendia sobre um ajuste de curva usando o critério de mínimos quadrados.
Mas o Renato foi mais do que professor inesquecível para muitas turmas do IQ. Foi um grande ser humano, interessado na vida quotidiana com um papo sempre agradável, e um pai muito ligado as suas filhas.
Ao Renato lhe sou muito grato por todos os conselhos que dele recebi nos primeiros anos de minha vinda a São Paulo.
Ele fará sempre parte das melhores memórias que guardo do IQ.
Descanse em paz querido amigo e saiba que sua contribuição e sua pessoa permanecerão sempre na nossa memória.
José M. Riveros 23/03/2021
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PROFA DRA ANTONIA TAVARES DO AMARAL
Caros colegas e queridas Renata e Silvia. que dia triste, seu pai vai fazer muita falta como exemplo de ética e seriedade tão raras nos dias de hoje , acompanhada de bom humor ..... o conheci como colega no IQ, algumas vezes corrigindo a FUVEST e nas caronas pois morávamos próximos quando tivemos muitas conversas.. Um forte abraço Toninha Amaral
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A vida de Renato,
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Professor Renato Giovanni Chechini
Professor Renato me ensinou físico- química, aproximações matemáticas no estudo de equilíbrios químicos com recomendações de literatura e livros. Como qualquer ensino sobre ciências exatas e da natureza, esses ensinamentos sempre levavam a diálogos filosóficos, e foram tantos, em certas ocasiões quase que diários. Se a eternidade existe o aprendizado é aqui e agora, sempre serei sua aluna no cotidiano dessa existência. Professor Renato, exemplo de humildade, simplicidade, dedicação e amor à profissão.
Com muita lucidez educou, investiu na segurança , acreditou na competência ética e profissional de suas filhas (Renata e Silvia Cecchini) que alcançaram independência e igualmente investiram na formação dos netos e netas.
Profa. Dra. Nina Coichev, 24 de março de 2021
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Texto de Flavio Kwanji Jordao Tanabe
Nasceu para ser Professor. A experiência pessoal que eu tive com ele como aluno, sou grato até hoje. Achei a disciplina dele muito difícil, fiz a matéria no período regular, fui reprovado, me matriculei na portaria, quando então passei a procurá-lo para tirar dúvidas, sempre se mostrou atencioso e preocupado em que eu aprendesse, mas devido às minhas limitações fui reprovado novamente. Quando me matriculei como dp, ele me perguntava como eu estava indo no curso. Quando fiz fis-quim experimental, me acompanhava de perto, sempre simpático.
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Caros colegas, sinto muito o passamento do Prof. Renato, inigualável na dedicação ao ensino de Química no IQ. A disciplina de cálculo do primeiro ano finalmente me foi justificada na Físico Química lecionada por ele. Renato foi um colega afável, atento interlocutor, risonho, italianíssimo, questionador, amante da ópera. Com muita convicção me disse que a soprano Cecília Bartolli dava de dez na Maria Callas. Sua fidelidade aos carros antigos era motivo de espanto em alguns e causava admiração em outros. Renato fará muita falta, deixa saudades. Resta-nos agora o consolo de celebrar a vida marcante dele entre nós, o quão importante foi para o IQ.
Etelvino Bechara, aluno do Renato em 1966.
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A Biblioteca do Conjunto das Químicas se soma aos que sentem sua falta. Nossos sentimentos à família, amigos, colegas, alunos e todos os que passaram por sua vida, aprenderam e compartilharam com o Professor Renato e agora vivem o luto.
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Dezembro de 1925 − março de 2021
Renato Cecchini foi longevo, não apenas em anos vividos, mas em todas as atividades a que se dedicou. A razão é simples: Tudo abraçava com extraordinária paixão, nada via como mera tarefa a ser realizada.
Foi o docente que mais tempo lecionou no curso de química da USP em São Paulo, contando efetiva presença em sala de aula ou laboratório didático. Começou, em 1953, como assistente da Cadeira de Físico-Química no que era o Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, e só parou há pouco, já com mais de 90 anos de idade, no Departamento de Química Fundamental do Instituto de Química. À sua atividade didática deve-se acrescentar o período de 1951 a 1953 como assistente no Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
Um de seus grandes feitos foi a implantação do laboratório didático de Físico-Química, a partir de 1959, ainda na Alameda Glette, antes de defender sua tese de doutorado, em 1962. Este laboratório contava com experimentos bastante avançados para a época. Em consequência, foi altamente elogiado por ninguém menos que Farrington Daniels, professor da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, autor de livro seminal de Físico-Química e de outro, de Físico-Química experimental, em visita ao Brasil. Inicialmente, ele mesmo ministrou as aulas de laboratório. Porém, depois de alguns anos, Simão Mathias, seu orientador, afastou-se das atividades didáticas, passando a se dedicar quase exclusivamente à construção do Conjunto das Químicas na Cidade Universitária. Foi então que Renato Cecchini teve de assumir aulas teóricas. Nisso foi praticamente autodidata e seu interesse em continuar estudando e se aperfeiçoar nunca o abandonou. Mesmo após sua aposentadoria, quando continuou em plena atividade no Instituto de Química, era possível encontrá-lo em sua sala lendo um livro de química e se aprofundando em algum assunto. Uma vez comentou que, no começo, não sabia o que era relevante no ensino de Cinética Química e por isso se limitava a deduzir equações e mais equações na lousa, aula após aula. No entanto, fazia-o de forma tão organizada, que era fácil acompanhar seu raciocínio. Sua contínua dedicação aos estudos logo tornou as aulas mais interessantes. Na década de 1980, voltou ao laboratório de Físico Química. Era impressionante seu entusiasmo por essas aulas. Suas experiências preferidas, as quais supervisionava, eram as de pressão de vapor, equilíbrio líquido-vapor, destilação fracionada, crioscopia, picnometria e força eletromotriz. A que mais lhe agradava era, por certo, a de pressão de vapor. Explicava minuciosamente os detalhes da aparelhagem e as correções que precisavam ser aplicadas às medidas de pressão. Quando era necessário refazer o vácuo de Torricelli no barômetro, um componente pesado da aparelhagem, contendo grande volume de mercúrio, era ele que o pegava da bancada e, com grande agilidade, o colocava no chão, mesmo quando já aposentado. Continuou nesse laboratório até ser extinto numa reforma curricular.
Durante mais de uma década foi presidente da Comissão de Ensino e seu nome praticamente se tornou sinônimo dessa Comissão.
Fenômeno análogo ocorreu na condição de coordenador dos exames vestibulares de química. Muitas vezes, mal conseguia esperar a próxima reunião para voltar a discutir as questões da prova e aperfeiçoar sua redação, tornando-as mais claras e de mais fácil compreensão pelos vestibulandos. Seu entusiasmo demonstrado por essa tarefa e sua dedicação a ela são dignos de nota.
Além de sua paixão pela Química, havia as paixões particulares. Uma delas era a música, em especial a ópera. Provavelmente teve influência familiar, pois seu pai fora presidente da Sociedade Pietro Mascagni em cidade do interior de São Paulo. A obra mais conhecida desse compositor deve ser a Cavalleria Rusticana. A cantora que mais admirava era Maria Callas. Não se cansava de falar de suas interpretações de Tosca de Giacomo Puccini. Porém, não desprezava Renata Tebaldi, suposta rival de Callas, e, apesar de ter afirmado em certa ocasião que tinha preferência por vozes femininas, também
conhecia profundamente os tenores e barítonos da época, bem como os contemporâneos. Costumava ouvir ópera no carro e não era raro surpreendê-lo em sua sala, fazendo o mesmo. Perguntado se costumava acompanhar as óperas pelo libretto, disse que só gostava mesmo da música. A história não valia a pena, era sempre a mesma: O mocinho apaixonado pela mocinha, que já estava prometida ao vilão pela madrasta. Outra história que contou com humor foi a de uma de suas filhas surpreendê-lo na sala de estar ouvindo ópera e exclamar "Ô pai, que barulho é esse?". Era capaz de perdoar um aluno por desempenho acadêmico fraco, desde que conhecesse ópera.
Prosseguindo nas suas paixões extraprofissionais, destaca-se o tênis, esporte que praticava regularmente aos fins de semana no Clube Paulistano. Um dia, prontificou-se a jogar uma partida no CEPEUSP e, ainda por cima, de simples, época em que já jogava apenas partidas de duplas. O jogo só não terminou em empate porque esse resultado não é possível no tênis.
Renato Cecchini sempre mostrou enorme abnegação na sua dedicação ao Instituto de Química, apesar de nunca ter tido a possibilidade de fazer uma carreira de sucesso como pesquisador, algo que hoje parece natural aos jovens. No entanto, sua trajetória científica merece a mais alta consideração e é modelo exemplar a ser seguido.
Renato Cecchini, compenetradíssimo, corrigindo provas.
São Paulo, 22 de março de 2021
Prof. Dr. Peter Wilhelm Tiedemann
No ano seguinte, fui novamente aluno do Prof. Cecchini, desta vez na disciplina Físico-Química Experimental. O laboratório era enorme, bem equipado e estruturado pelo Prof. Cecchini desde a década de 1960. As atividades eram longas, mas ele acompanhava os alunos de perto, dava instruções e exigia comprometimento. Era pontual, sério, generoso e respeitava os alunos. Apesar de os equipamentos serem antigos, já à época, os experimentos eram úteis para o aprendizado e comprovação da teoria.
O Prof. Cecchini parecia tímido, não gostava de ser o centro das atenções, mas sempre cumpriu suas tarefas com enorme responsabilidade, quer fossem elas acadêmicas ou administrativas. Tinha convicções fortes e as defendia com argumentos consistentes. Foi o primeiro presidente da Comissão de Graduação do IQ e desempenhou esta tarefa exemplarmente por muitos anos. Era apaixonado por suas duas filhas e mencionava com frequência suas viagens a São Francisco para visitar uma delas.
Quando assumi a Chefia do Departamento, o Prof. Cecchini me procurou e se colocou à disposição para ajudar no que fosse necessário. As aulas poderiam ser de qualquer disciplina, "até de Analítica, se você quiser" brincava ele, "desde que não seja aos sábados", complementava. Que ele seria capaz de dar aulas de diferentes disciplinas eu não tinha a menor dúvida, dada sua sólida formação em Química. Como não possuía computador, satisfazia-se com e-mails institucionais impressos por uma das secretárias. Solicitou apenas a manutenção de sua pequena sala, no B3-S, e nunca se opôs em compartilhá-la com outro docente, se necessário. Na condição de seu "chefe", posso dizer que ele foi um "funcionário" exemplar!
Até a década de 1990, era frequentador do CEPEUSP, onde jogava tênis. Adorava um bom vinho, tinha uma memória prodigiosa e gostava de contar histórias. Era uma pessoa boa, agradável, sem inimigos. Seu pigarro era inconfundível. Às vezes, ao se dirigir para casa no final do dia, passava pelo B2-S e eu sabia que ele estava se aproximando. Conversávamos um pouco sobre assuntos diversos e, em seguida, ele seguia seu rumo, ansioso por retornar ao IQ no dia seguinte.
Há alguns anos, reuni docentes com vínculo formal ao Departamento para um jantar de confraternização no salão de festas de meu prédio. Eu, minha esposa e uma amiga (que adora cozinhar!) decidimos que comida árabe seria uma boa opção. Preparamos os pratos durante algumas noites, a organização foi trabalhosa, mas acho que o jantar foi um sucesso, tanto pela comida quanto pela ambiente alegre e descontraído. Entretanto, embora tenha gostado do evento, o Prof. Cecchini, iniciando a frase com seu característico "belo", confidenciou na semana seguinte: "belo, essa coisa de comida árabe não é igual a uma farta macarronada". Mais sincero, impossível! Era uma pessoa genuína!
Sensibilizados pelo comentário e porque ele realmente apreciava uma macarronada, decidimos convidá-lo para um jantar. Todavia, em 2018 e 2019, comecei a perceber que ele já não frequentava o IQ regularmente e o convite foi sendo postergado. Descer a escada do B3-S já parecia ser uma tarefa lenta e dolorosa. Antes de ir para seu carro, ele permanecia alguns minutos sentado nos bancos do corredor central. O peso dos anos começava a se manifestar, mas a mente continuava lúcida! Em fevereiro de 2020, no estacionamento, encontrei o Prof. Cecchini, conversamos alguns minutos e então, de pronto, ele falou: "E a macarronada? Estou ficando velho...". Após esse "lembrete", combinamos na hora: "Em março a gente finalmente saboreia a famosa macarronada lá em casa!" Março chegou, junto veio a pandemia e o final, todos conhecemos....
A mensagem é simples: parece que o tempo passa cada vez mais rapidamente e, envolvidos pelo dia-a-dia, esquecemos das pessoas que respeitamos e que fazem parte de nossas vidas, e não reverenciamos os pequenos momentos transformadores. Minha última lembrança do Prof. Cecchini será sempre a de uma pessoa boa, cordata, séria, responsável e humilde. E como ele gostava de expressões em latim, encerro esta homenagem com a resposta à questão Ubi sunt qui ante nos fuerunt? (onde estão aqueles que foram antes de nós?), tendo o Prof. Cecchini como personagem: com seu pigarro característico, apreciando um bom vinho e saboreando uma bela macarronada, onde quer que ele esteja!
Mauro Bertotti
Quero juntar-me à homenagem da profa Ana Maria ao Professor Renato Cechini.
Também fui sua aluna e posso testemunhar sobre a sua postura sempre solícita e agradável para com os alunos.
Com muita tristeza soube do falecimento do querido Prof. Renato Giovanni Cecchini. Como ex-aluna e ex-colega, gostaria de expressar aqui, como um depoimento aos mais jovens que não o conheceram, o quanto sua passagem pelo IQ foi importante e extraordinária.
Sempre com formidável bom humor, atencioso, solidário, tinha enorme delicadeza e sensibilidade para com alunos e colegas. Foi docente por muitas décadas, sempre lecionando disciplinas da Físico-Química. Participou de atividades didáticas mesmo já com idade avançada. São muitas e variadas as histórias protagonizadas por ele, e das quais fui testemunha, senão participante.
Como aluna, admirava sua calma e sua organização de lousa, onde cuidadosamente deduzia as inúmeras equações cinéticas, às quais se referia frequentemente como “carroções”. Era famoso pelo carro que tinha à época, um Jaguar dourado. Ou mais recentemente, por uma Variant extremamente bem conservada. Fomos membros da mesma equipe na Comissão de Graduação por vários anos, nos anos 90, juntamente com Elizabeth de Oliveira e Zenaide Scattoni, e lá Renato analisava os problemas sempre do ponto de vista dos alunos, tentando a todo custo uma conciliação.
Memoráveis eram seus comentários e descrições sobre eventos no IQ, em que seu ponto de vista crítico e ao mesmo tempo solidário prevalecia. Alegrava todas as festas e comemorações, em que era assíduo.
Deixa muitas saudades. Siga em paz.
Ana Maria
É com tristeza que informamos o falecimento do Prof. Dr. Renato Giovanni Cecchini, ocorrido no início do dia de hoje, 20 de março de 2021 - vide abaixo reprodução de nota divulgada por suas filhas Renata e Sílvia. O Prof. Renato Cecchini foi membro do corpo docente do Instituto de Química da USP de 1953 a 1995. Concluiu seu doutorado em 1962, sob a orientação do Prof. Simão Mathias, 1º presidente da SBQ. Cabe destacar que o Prof. Renato sempre apoiou a SBQ, pela qual muito fez. Após sua aposentadoria, continuou
Manifestamos nossos sentimentos e solidariedade aos familiares, colegas e amigos.
Diretoria da SBQ