Instituto de Química da USP (IQUSP) recebe prêmio como Centro de Referência em Citometria de Tecidos pela Tissue Gnostics

Na última sexta-feira (23), o Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQUSP) recebeu o prêmio de reconhecimento como Centro de Referência em Citometria de Tecidos da empresa austríaca Tissue Gnostics.
 
O IQUSP ficou entre os três principais institutos a nível internacional na área, junto ao Institute of Pathophysiology and Allergy Research Center for Pathophysiology, Infectiology and Immunology, da Medical University of Vienna (Áustria) e a The Ragon Microscopy Core, do Ragon Institute of MGH, MIT e Harvard (Estados Unidos).
 
A premiação ocorreu durante o último dia do 2º Workshop de Citometria de Tecidos, que contou com a participação de especialistas na área de sistemas de escaneamento de lâminas para citometria de tecido e nomes como dos doutores Rupert Ecker, Mike Etrich e Robert Nica, além dos pesquisadores do IQUSP Henning Ulrich e Nicolas Hoch.
 
O reconhecimento internacional ao Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo representa um grande feito para a produção científica nacional. “A gente está muito contente em receber essa premiação da empresa Tissue Gnostics. A gente tem dois sistemas aqui no Instituto: um coordenado pelo professor Henning e a professora Claudiana e outro que adquirimos após entrar em contato com eles sobre a qualidade das possibilidades de utilizar esse microscópio. É um sistema bastante avançado de aquisição das imagens e depois de análise dessas imagens, que permitem a gente fazer uma série de experimentos que não é possível de ser feita com microscópios comuns. De maneira que a gente consegue separar populações de células em diferentes grupos e analisá-las separadamente. É um híbrido, um pouco entre citometria de fluxo e microscopia, então isso permite uma série de experimentos diferentes”, conta o Prof. Dr. Nicolas Noch, do Laboratório de Estabilidade Genômica.
 
Microscópios da Tissue Gnostics utilizados em Citometria de Tecidos
 [Imagem: Reprodução/Tissue Gnostics]
 
A austríaca Tissue Gnostics completa 20 anos no próximo ano, marco da empresa cuja tecnologia já possibilitou publicações em mais de 60 países. A introdução dessa nova tecnologia de análise celular no Brasil teve apoio do Prof. Dr. Henning Ulrich, que conta como foi esse processo. “Tenho uma amizade de longa data com o professor Rupert Ecker [co-fundador da Tissue Gnostics] e vi pela primeira vez o sistema dele em 2003, quando demos um curso de citometria na Hungria. Lá ele mostrou o primeiro sistema que desenvolveu a partir de seu doutorado e fiquei muito impressionado com isso. Então,  acompanhei o Dr. Rupert por bastante tempo até que um dia sugeri para ele que introduzisse a tecnologia no Brasil, o que foi feito com bastante sucesso. E agora estamos entre os três centros que mais utilizam a tecnologia”, diz Henning Ulrich.
 
O professor descreve também a importância da tecnologia para o fazer científico. “Essa tecnologia permite que as análises sejam repetidas por qualquer um. Com isso, você consegue fazer uma ciência absurdamente democrática, o que nos dias de hoje é muito importante. Como o Dr. Rupert mostrou aqui, que cerca de 70% dos trabalhos científicos não conseguem ser repetidos por outras pessoas”, completa o doutor Ulrich. 
 
A Profª. Drª. Claudiana Lameu, do Laboratório de Estudos dos Mecanismos Moleculares da Metástase, destaca ainda a relevância desse reconhecimento. “Acho que vale ressaltar que nós do Brasil, país emergente, estamos competindo cientificamente  com países de primeiro mundo. Isso é um acontecimento importante para a gente, para continuarmos na luta pela ciência”, relata ela.
 
Para mais informações, contate os docentes Claudiana Lameu (claulameu@usp.br), Nicolas Hoch (nicolas@iq.usp.br) ou Henning Ulrich (henning@iq.usp.br).
 
Por Aldrey Olegario | Comunicação IQUSP
 
Data de Expiração: 
01/01/3050