O nosso grupo investiga os mecanismos da produção de espécies oxidantes durante reações inflamatórias e como estas espécies podem afetar a resposta celular. Produtos de reações com o oxigênio (O2) como o radical ânion superóxido, o peróxido de hidrogênio (H2O2), peróxidos orgânicos (ROOH) e o ácido hipocloroso (HOCl) são constantemente gerados na inflamação com o intuito de atacar agentes invasores. No entanto, estas substâncias podem, de forma não seletiva, reagir com moléculas do hospedeiro, levando à alteração no funcionamento de proteínas, membranas e ácidos nucléicos. Desta forma, a produção destas espécies está intimamente relacionada com processos patológicos como a aterogênese doenças neurodegenerativas e o câncer. Em células inflamatórias, a produção do superóxido, peróxido de hidrogênio e ácido hipocloroso ocorre principalmente por ação catalítica das enzimas NADPH oxidase, a qual catalisa a formação do radical ânion superóxido, e da enzima mieloperoxidase, que catalisa a formação do ácido hipocloroso a partir do peróxido de hidrogênio e cloreto. A mieloperoxidase é a enzima mais abundante em neutrófilos e sua versatilidade catalítica lhe confere habilidade de reagir com uma série de substratos que não somente o cloreto. Estes substratos incluem polifenóis, catecolaminas, aminoácidos, superóxido, nitrito, ácido ascórbico (vitamina C) e o ácido úrico. A oxidação destes substratos gera intermediários como radicais livres, peróxidos orgânicos, quinonas, entre outros produtos capazes de oxidar estruturas celulares do hospedeiro e alterar respostas celulares e, dependendo a extensão da oxidação, induzir dano tecidual. Assim, nosso grupo de pesquisa está interessado em entender como estes produtos afetam o funcionamento de proteínas intracelulares de cascatas inflamatórias. As vias particularmente estudadas são a cascata dos inflamassomas, as vias moduladas pela oxidação da proteína dissulfeto isomerase e das peroxirredoxinas.
Para conhecer mais sobre nosso grupo acesse http://www2.iq.usp.br/docente/flaviam/
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