Synthesis and Characterization
of Molecular Building Blocks and Supramoleculecular Species
O LQSN-USP é um laboratório tradicionalmente
voltado ao estudo de compostos formados por íons de metais de transição
(Química de Coordenação) e de sistemas modelo de biomoléculas
(Bioinorgânica). Isso possibilitou o avanço, em meados da década
de 80, para o estudo de sistemas mais complexos, obtidos pela ligação
de duas ou mais subunidades (
grupos terminais e multi-ponte
). Desta forma, foram iniciados em 1985 os estudos voltados para a Química
Supramolecular com o estudos de espécies polimetaladas obtidas por
meio da coordenação de grupos [Ru(NH3)5]2+ e [Fe(CN)5]3– ao
complexo [Ru(bpz)3]2+, onde bpz = 2,2’-bipirazina. Essa estratégia
inovadora se baseia na química de coordenação para a
formação de moléculas mais complexas, utilizando grupos
terminais como [Ru(NH3)5]2+, [Fe(CN)5]3–, [Ru(bipy)2Cl]+, cluster de rutênio
como [µ3-O-Ru(CH3CO2–)6(py)2], [Ru(edta)]– e [Ru(phen)2Cl]+, e grupos
multi-ponte como M(TPyP), M(TPyPz), [µ3-O-Ru(CH3CO2–)6(pz)3] e diiminas
de ferro piridil-substituídas. Várias supermoléculas
foram obtidas pela coordenação dos complexos terminais aos
complexos multi-pontes e suas propriedades espectroscópicas, eletroquímicas,
fotoquímicas, fotoeletroquímicas, catalíticas
e eletrocatalíticas estudadas. Essa linha de pesquisa ganhou impulso
principalmente com o desenvolvimento da química supramolecular envolvendo
clusters, complexos de rutênio polipiridinas e piridilporfirinas e
porfirazinas.
Importância dos estudos?
A ligação de duas ou mais espécies
formando supermoléculas promove a interação das subunidades,
que pode resultar em efeitos eletrônicos, sinergísticos ou
cooperativos que levam a melhora de uma dada propriedade ou ao aparecimento
de novas propriedades. Essa afirmação é particularmente
verdadeira no caso dos compostos metal-orgânicos pois os sítios
metálicos apresentam propriedades de ligação, catalíticas,
eletrocatalíticas, redox, fotoquímicas e fotofísicas
fortemente dependentes do tipo de ligantes coordenados, sua estrutura e
estado de oxidação. Desta forma as propriedades de um sítio
ativo podem ser moduladas variando-se os grupo periféricos e seu
estado de oxidação. Além disso, os complexos periféricos
podem atuar como reservatórios de equivalentes redox, transportadores
de elétrons ou grupos antena que captam luz e transferem a energia
ou elétrons para outros sítios, mimetizando o sistema fotossintético
natural. Logo, os compostos metal-orgânicos podem atuar como cofatores
programáveis que podem ser utilizados para a geração
de sistemas integrados funcionais. Assim, complexos transportadores de elétrons
tem sido utilizados na modificação de metaloporfirinas, de
modo a conferir propriedades redox multieletrônicas às supermoléculas,
e complexos captadores de luz vem sendo incorporados para gerar espécies
fotoativas, ampliando o espectro de atuação do sistema, como
um todo. Novos grupos terminais e multi-ponte estão sendo estudados
para ampliar as possibilidades de formação de novas supermoléculas
e modulação de suas propriedades. As espécies supramoleculares
assim geradas são posteriormetne utilizadas no desenvolvimento e
estudo de nanomateriais e interfaces, na forma de filmes eletroquimicamente
ativos, condutores eletrônicos ou fotônicos, ou eletrocataliticamente
ativos, que poderão ser finalmente utilizados na montagem de dispositivos
moleculares, principalmente sensores.